Salão Negro do Palácio da Justiça simula cena de crime para coleta do DNA da bala

01/07/2022 18/07/2022 14:48 495 visualizações

Da Ascom

Imagine a seguinte situação: após uma ação violenta de bandidos, projéteis e estojos ficam espalhados no local do crime. Peritos entram em cena para coletar o material. O que estiver em condições adequadas será escaneado, gerando imagens de alta resolução para serem incluídas no Banco Nacional de Perfis Balísticos. 

Para encenar esta situação, o Salão Negro do Palácio da Justiça foi o local escolhido para uma simulação de cena de crime demonstrada por técnicos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP). A ação ocorreu nesta sexta-feira, 1º, no encerramento da Semana Nacional de Segurança Pública. A simulação contou com a coleta de material para alimentar o  Sistema Nacional de Análises Balísticas - Sinab.

O Perito Oficiail Criminail, Raimundo Sérgio Sales de Matos, da Polícia Científica do Pará e atual Chefe do Suporte de Polícia Técnico-Científica da Força Nacional, e Ladislau Brito, perito criminal responsável pelo SINAB participaram da ação. 

Depois do material inserido no banco, o sistema passa a cruzar automaticamente as informações a fim de encontrar correspondências com outros casos criminais. “O Sinab auxilia o sistema de segurança pública do país a compreender os padrões dos crimes realizados com armas de fogo, ajudando a trazer respostas e, por que não, conforto a quem teve, por exemplo, pessoas queridas levadas pela criminalidade”, ressaltou o ministro Anderson Torres.

Combate à criminalidade

Projeto prioritário do MJSP, o Sinab já confirmou 45 ligações de armas utilizadas por bandidos em ações criminosas por todo o país. Os resultados positivos auxiliam a polícia nas investigações, facilitando a elucidação de crimes cometidos com armas de fogo. O programa conta com investimento de R$ 123.900 milhões e já foi implementado na Polícia Federal (PF) do Pará, Paraná, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

O equipamento inclui scanner de projéteis e de estojos, além do chamado match point, onde o perito faz análise das imagens. “Até o final do ano, o MJSP pretende concluir a entrega nos demais estados”, explica o titular da Senasp, Carlos Paim. Para garantir a melhor aplicação do sistema, a Senasp realiza visita técnica para verificar a estrutura física e de recursos humanos de cada local. Após a instalação dos equipamentos, peritos e gestores estaduais são capacitados para operar o sistema.

Respostas às famílias

O Estado do Paraná foi o primeiro a solucionar casos de grande repercussão com o auxílio do Sinab. Um dos casos foi a chacina de 7 pessoas de uma mesma família na capital paranaense em fevereiro deste ano.  O material coletado foi periciado e cadastrado no Sinab. A arma utilizada no crime foi apreendida após uma perseguição da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A análise balística confirmou a participação dos criminosos levando sete pessoas à prisão por suspeita de envolvimento na chacina.

Também foi possível identificar que a mesma arma foi usada em outro homicídio, em setembro de 2021, em outro bairro de Curitiba. O outro caso foi o assassinato de um homem também na capital. Graças ao sistema e ao trabalho dos peritos foi possível identificar qual arma foi usada na execução. A Polícia Civil continua investigando o crime. Uma pessoa foi presa.(Com informações da Ascom do Ministério da Justiça e Segurança Pública)