Da Ascom
O trabalho da Polícia Científica tem sido um dos principais aliados na solução de homicídios no Tocantins. A produção de provas técnicas rápidas e precisas pela Perícia Oficial Criminal do Estado tem garantido subsídios fundamentais para investigações e processos judiciais. Um exemplo recente é a sentença publicada nessa sexta-feira (14) pelo Tribunal do Júri, no Fórum de Palmas.
A Justiça condenou Cleiton da Silva Veras a 18 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato de João Júnior, de 23 anos, ocorrido na madrugada de 19 de agosto de 2007, no setor Aureny I, região sul da Capital. O jovem foi morto com golpes de faca na porta de casa, na frente da própria mãe — um crime que chocou pela violência e pelas circunstâncias. A decisão foi tomada após julgamento realizado na última quarta-feira (12), pela 1ª Vara Criminal da Capital.
A atuação da Polícia Científica foi apontada como fundamental para comprovar a autoria e esclarecer as circunstâncias do homicídio.
Segundo a decisão, embora o réu tenha negado participação, as provas técnicas contrariaram sua versão. O laudo pericial demonstrou que o pneu da motocicleta da vítima havia sido perfurado antes do ataque, indicando premeditação e a intenção de impedir qualquer possibilidade de fuga ou pedido de ajuda. Exames do Instituto Médico Legal confirmaram que a morte ocorreu por meio cruel, causada por golpe cortante que atingiu órgãos vitais e provocou hemorragia interna.
O júri concluiu que Cleiton aguardou a chegada da vítima na porta de casa, onde também estavam familiares. Em plenário, a mãe de João relatou que ouviu o barulho da motocicleta do filho e, ao sair, encontrou o acusado e outro homem esperando por ele. Segundo o relato, João foi surpreendido antes mesmo de descer do veículo, atacado sem chance de defesa e morreu nos braços da mãe.

As consequências do crime também foram consideradas na sentença. A vítima deixou a companheira grávida de quatro meses na época. João trabalhava como pedreiro e fazia bicos como segurança para sustentar a família.
O juiz destacou ainda que a premeditação do crime e a intensidade do dolo tornaram a conduta mais reprovável, justificando a fixação da pena-base acima do mínimo legal.
Cleiton da Silva Veras não poderá recorrer em liberdade. A execução provisória da pena será imediata, em conformidade com o entendimento do Supremo Tribunal Federal para decisões do Tribunal do Júri.
A condenação encerra um caso que se arrastava havia quase duas décadas e reforça, segundo registrado na própria sentença, a importância do trabalho técnico da Perícia Oficial Criminal para elucidar crimes e assegurar que seus autores sejam responsabilizados.





